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O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, associado ao Governo do Distrito Federal, através da Secretaria de Justiça e Cidadania publicaram a cartilha O racismo sutil por trás da palavras, em PDF, que republico aqui pois apoio todo tipo de movimento que possa reduzir o racismo em qualquer de suas horrorosas formas de discriminação.

Introdução

“Você sabia que diversas expressões presentes no cotidiano dos brasileiros são racistas? É comum escutar, por exemplo, “vou dormir cedo que amanhã é dia de branco” ou “olha que mulata bonita”.

Não se engane! Podem parecer simples “brincadeiras” ou “só jeito de falar”, mas essas palavras são ofensivas e têm origens na época colonial, quando os negros foram trazidos da África para serem escravizados no Brasil, um longo e triste período da nossa história e com consequências até hoje. Essa linguagem contribui para o processo de desqualificação dos negros, que representam a maioria da população brasileira, e reforçam no inconsciente coletivo da sociedade a relação preconceituosa entre negritude e negatividade.

A maior parte dos brasileiros reproduz essas frases sem saber seus reais significados, contribuindo, mesmo que sem intenção, para a manutenção do racismo no país. Por isso, a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus), responsável pelas políticas de promoção da igualdade racial e de direitos humanos no Distrito Federal, elaborou esta cartilha, que tem como objetivo trazer informações para que os cidadãos possam refletir e riscar de vez o preconceito do vocabulário.

A construção de uma sociedade com igualdade e sem discriminação pode começar pelo que você fala! Depois que aprender o preconceito por trás das palavras, alerte e conscientize as pessoas ao seu redor. Não é fácil mudar a cultura de uma nação onde a linguagem racista está tão naturalizada, mas com informação, mudanças de comportamentos e união poderemos enfrentar e acabar com o racismo. Junte-se a nós na luta por um DF com igualdade de oportunidades e respeito a todos os cidadãos!”

A linguagem é um sistema de signos ou sinais que são utilizados para indicar, por meio da comunicação, ideias, valores e sentimentos. É possível apontar que a nossa linguagem é profundamente marcada pela cultura preconceituosa existente na nossa nação, visto que expressões racistas são constantemente naturalizadas e impregnadas nas estruturas das relações étnico-raciais.

Estas buscam desqualificar e desaprovar a população negra de tudo que se associa a ela, minimizando a imagem social dos negros de forma que reproduz e reforça no inconsciente coletivo da sociedade brasileira a relação preconceituosa entre negritude e negatividade. Em contrapartida conotações positivas sempre são ligadas aos modelos e representações de pessoas brancas.

Posto isto, torna-se necessário refletir sobre o preconceito existente por trás das palavras, que se apresentam por meio da linguagem que vem reafirmando a imagem social dos negros, em grande parte, em posições sociais subalternas sendo definidas a partir da visão europeia.

Primeira expressão: A dar com pau

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Bosco Carvalho

Bosco Carvalho

Bosco Carvalho é psicoterapeuta, jornalista, publicitário e eletrotécnico. Transita entre as atividades técnicas e as humanísticas com facilidade, pois já exerceu todas as profissões citadas. Dedica-se em sua maturidade a apoiar o crescimento interior de quem se interessa por si mesmo, como psicoterapeuta e instrutor de meditação.

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